Thursday, July 27, 2006

Olha eu esperei o dia todo pra falar com você
Pra que suas palavras sejam cansativas e confusas
E para que reforce na minha memória que só te falta ser quadrúpede.
Eu sou mesmo doce e afável
Ainda torno lúbrico as juntas dos teus pensamentos grosseiros.
Releve isso.
Tem alguma coisa em você que me agrada, e me completa como um yang
O que me revolta, não consigo saber a qual dos cacos de mim me refiro
Você é péssimo em perceber as coisas, queria estar a par de onde investe tua sensibilidade
Mas essa coisa de '' eu te amo'' é história senil, antonímia qualquer do seu factual sentimento
Que deixou cair, perdido num êxtase ao encontro de si mesmo- ego(cêntrico/ísmo)
Cabe em minha moléstia a sua rotina de oferecer atenção sonolenta
E que se choca contra minha persistência de sempre me importar e a persistência de notar ser importante
Eu noto cada vez menos, salvo quando num surto seu de puro radicalismo
Meu bem, eu seria mais feliz com algumas pequenas coisas
Sempre que vos falo você tem fácil acesso às maneiras de me agradar
Mas de certo você não pensa em mim metade do que eu penso em você
O seu museu encefálico apenas está aberto para exposições das suas artes
Mas que grandissíssima consideração lembrar-se de mim
Quando o circo fora armado e o picadeiro em chamas
Como sou princesa merecedora do seu melodrama, oh e a palhaça é claro
Nota dez pela estupidez a que vos coube
E pelo digno reconhecimento da sua laia e da minha distinção
Se a questão fosse somente eu ou você
Quase duas coisas que, uma vez recolhidas, não voltam
Eu teria quisto que se explodisse e me deixasse em paz
Mas tem o simpático e luxuoso amor
Tão forte quanto é capaz ser uma fraqueza
E sendo a minha, com toda sua transparência
Me faz esperar o dia todo pra falar com você.

Kate Polladsky

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