Thursday, May 18, 2006

O PESSIMISMO

Eu sei que há tempos isso (turn chaos into art spot) não sabe o que presença. Ironicamente, um surto nostálgico para este ar da graça.
Ótimo, estou me alimentando mal, ter pessimismo é normal. Não sei se a alma precisa disso, mas eu não tenho muito mais a oferecer - Aquela então sucumbe por anorexia espiritual.
Cansei, faz tempo, bastante tempo, mas eu não sei mudar as coisas, eu dependo pra mudar e pra tudo continuar como está. Quase odeio como vivo e tudo o que a vida me oferece é existir.
A verdade é que eu fui acostumada aos limites que me impõem e fugir disso é sentir remorso antes de qualquer sentimento de liberdade e independência.
Também sinto covardia e falta de competência pra abrir uma porta seguir por um caminho que eu mesma escolha, sem que algum receio grite pra que eu não me atreva.
Não me atrevo. A vontade de sumir e explodir um mundo ,ou dois, também arranha, mas eu não me atrevo, e tem que ficar por isso mesmo.
Existe um texto que Paulo Coelho escreveu, que quer dizer alguma coisa...

“Um treinador de circo consegue manter um elefante aprisionado porque usa um truque muito simples: Quando o animal é criança, ele amarra uma de suas patas a um tronco muito forte. Por mais que tente, o elefantinho não consegue soltar-se; aos poucos vai se acostumando com a idéia de que o tronco é mais poderoso que ele. Quando adulto e dono de uma força descomunal, basta colocar uma corda no pé do elefante e amarra-la num graveto que ele nem tenta libertar-se porque se lembra que já tentou muitas vezes e não conseguiu. Assim como os elefantes nossos pés estão amarrados a algo frágil, mas como desde crianças nos acostumamos com o poder daquele tronco não ousamos fazer nada, sem saber que basta um simples gesto de coragem para descobrir toda nossa liberdade”.

Libertar-se cansa. Principalmente se não se foi acostumado a isso. É considerado rebeldia livrar-se da vontade dos outros. Ser bom é dizer sim para os padrões da sociedade, porque esta sim, tem sempre razão e sabe o que é melhor. Pra ela.

Eu tenho uma vida quadrada e de extremidades aparadas. Eu existo e isso parece ser suficiente. Vivi uma vez, uma conspiração favorável, mágica sem truques, milagre sem estar a beira de morrer, insuficiente.
As coisas vão se perdendo sem que eu possa recuperá-las. Também vivo uma eterna impotência, seria melhor se eu não quisesse nada?
Para manter a inércia e dançar conforme aconselham, sonho e quero na mesma intensidade e pressa com as quais talvez não haja sequer realização.
Kate Polladsky

Wednesday, May 17, 2006

(...Refugio-me na loucura porque não me resta o chato meio termo do estado de coisas comuns...)
C. Lispector