Saturday, January 31, 2009

Livrar-se do conto de fadas. Imediatamente após o tudo reduzir-se a nada e o significante ter passado a fazer sentido em sua vida. Ver que a vitória não corresponde ao conjunto de tentativas. E agora? O bem que faz ter senso do ridículo. O ar que é ter amor próprio. E o passado era apenas um sonho. E a tua vontade era uma linha tênue que no fim nada tecia; nada amarrava; nada era tudo aquilo que completava o ciclo dos passos que dava. Mas afinal para onde ia? Que felicidade estranha era essa que queria? Essa que estranhamente não te pertencia. Não era?

KATE POLLADSKY

Wednesday, January 28, 2009

Que surpresa e que honra!
Obrigada Luciane, por escolher o TurnChaosIntoArt ao prêmio Dardos.



O Prêmio Dardos é uma forma inteligente de reconhecimento entre os blogueiros e tem algumas regras a serem seguidas pelos indicados:
-O indicado deve escolher outros 15 blogs para premiar.
-O indicado deve informar em seu blog quem o indicou ao prêmio.
-O indicado deve ter o selo do prêmio em seu blog na página principal.
-O indicado deve avisar aos premiados.
Os blogs que indico para receber o Premio Dardos são:

Saturday, January 24, 2009

Agora nenhum dos meus sentidos pondera
Tudo em mim se encontra devagar
Mas se você tem pressa em saber
Até quando te amar
Digo que vôo lentamente
Passando pelo precipício que é estar
Sobre amando e sub amando
Com sentimentos que me cortam as asas
E sentimentos que me fazem livre
Sei que estou passando
Pelas coisas que tenho que passar
E ainda que esteja de passagem
Aproveito a viagem
Porque não sei se o amor que de mim parte
Vai voltar.



[Kate Polladsky]

Tuesday, January 20, 2009

Quero fotos suas, fotos nossas. Quero os fatos, os momentos, as coisinhas. Quero a rede, os sussurros, a comédia. Sabe os beijos? As roupas jogadas, o café-da-manhã? Quero.
Quero o ontem como se eu o pudesse transformar em futuro. Apertar o botão play, repeat, aumentar o volume e deixar rolar para sempre. Ir fazer outras coisas, passar pelas pontes de monotonia com você e nunca parar de dançar entre nós dois. Quero aquele pôr-do-sol outra vez, e ver seus dedos dos pés me darem bom dia. Eu quero sua cara de sono, seu instinto, sua paciência e sua vontade de ser útil ao meu lado. Quero que saiba o que quero, sem que eu tenha de pedir, simplesmente porque já tenho tudo em você. Portanto só quero que continue. Que sejamos reticências em querer oficial. Te quiero...
KP

Saturday, January 17, 2009

[...] E se no seu mundo há lados, qual deles permanecerá do meu lado para sempre?



- Kate Polladsky

Wednesday, January 14, 2009

Desculpas pra fugir
Desculpas pra voltar
Mil desculpas por ir tão longe sem você.
E se somos o espelho um do outro
Deve haver em algum lugar a minha transparência
Ou eu já não sei o que reflete sobre mim e lhe atinge
Sem votos de engano
Não perca suas noites de sono
Eu estou bem aqui e o meu aqui não finge
Mas espere até o sol nascer de novo
Há dias em que brilho, há dias meus de escuridão
Desculpas pra fugir
Desculpas pra voltar
E segurar firme a sua mão
Mil desculpas por te fazer pensar
Que qualquer movimento meu fora em vão.



KP

Friday, January 09, 2009

Vai me dizer que não sente o desperdício?
Que não há na sub pele o vício?
Vai me dizer que não é frio todo o espaço entre o teu calcanhar e o meu?
Vai me dizer que ao iniciar em você, não terminava em mim?
Que ao renunciar o chão, não me procurou flutuante e livre?
Vai me dizer que o teu equilíbrio não repousa nas minhas arestas?
Que não deixaria cair seu corpo quente no meu infinito?
Que a minha presença não arde?
Vai me dizer que não sou teu litoral, o sopro na tua ferida?
Vai me dizer tantos eteceteras que não te deixarão dormir?
Que nunca fez a tamanha loucura de mensurar o seu amor ou o meu?
Vai me dizer que depois de tantas idas e palavras mal ditas, não passou pela sua cabeça dizer a mim adeus?
Que o seu beijo não se rende ao meu?
Sem o mínimo esforço, apenas o alvoroço e o momento.
Vai me dizer o que já sei? Sei que me calo e aguento um pouco mais.
Saber os porquês não me interessa, não me completa.
O que me completa é o tanto faz.
Vai me dizer que não sabia?
Que eu já senti o sabor da suas façanhas há muito tempo atrás?
Que eu já cansei de tratar meus sonhos como meras vontades?
O que me completa afinal, é que eu não preciso de verdades.
Apenas não ter que duvidar, em instante algum.
Vai me dizer que não sabia?




KP

Wednesday, January 07, 2009

Amou-a tanto.
Com todas as forças que tinha.
Amou-a contando com o silêncio em que cabia.
E amou seu universo inteiro:
Seus amigos, sua sombra, seus passos, seus arredores,
sua imagem.
Tanto faz como a amou.
Nem sabia de onde vinha tudo.
Mas no seu amor continha do mais nobre sentimento
Ao carnal desejo de se perder naquele sonho.
Sonho...
Amou-a tanto.
Como apenas em sonho pode fazê-lo.
Amou-a com dor, sim. E com zelo.
Para que não sofresse como sofria.
Para que não houvesse nenhum arranhão
E não se desgastasse entre os dias.
Amou-a tanto...
Tanto quanto podia.




Kate Polladsky

Monday, January 05, 2009

O seu jeito doce ou amargo. Se me imenda ou me desconcerta. Se implica ou me completa. Traço, ponto, partes suas. Não me incomoda, não me interessa. O seu todo ou fragmento. Contrói as pontes que se seguem aqui dentro. E se é dentro de mim que moro, por sua causa. Digo, que me aprisiono em amor latente. Com toda a expectativa e medo. De perder cada detalhe, cada movimento. Vou te amando aos poucos. Te amando muito. [Definitivamente].

Kate Polladsky


Sunday, January 04, 2009

Como se da vida não me alimentasse
Como se do meu achado me perdesse
Como se me declarasse infame, insone e incompleta
Não adoro homens, deuses, doses de nada e as medidas milimétricas dos erros que ainda hei de cometer. Sou como quando me calo por respeito ao mundo, e me silencio por respeito a mim. Porque sou gritante por respeito ao que faço e ponho fim. Porque sou colo, e sou calo. O peso do corpo e o peso do passo. Cansaço.
Como se me permitisse passar sem filtro
Como se levasse a sujeira que me lava
Não me rendo à impureza de uma perfeição.

Como se eu pudesse esquecer, confundo e me interrogo sobre o que realmente posso e como. Mas não sei digerir algumas das minhas idéias condicionadas. Porque não sei se engulo algumas verdades. Mas como as verdades também, sem fome, sem nada.
E a vida segue subnutrida. Como se de mim dependesse para beber. Como se da minha virtude infértil, tirasse a proteína. Eu não a sustento de carne e ossos. Sustento-a apenas de pretensões e atos indigestos, um tanto meus e de outrem. Como se.




Kate Polladsky




- Amou-me uma vez na vida borboleta,
E eu te amei além dos seus sessenta dias...
KP

Thursday, January 01, 2009

Você não sabe, nem eu vou dizer.
Que neste exato momento a sua foto me fere o peito
Meu coração não é lamento, é só aperto
Chegará o momento em que jorrará de mim o efeito
Do amor que se criou por dentro
E não é defeito, e não é fim
É apenas assim, silêncio e o som do vão
Quantas fotos suas irão se passar por consolo
Meu pensamento pesa no travesseiro
E meu corpo adormece quase vivo
Estou mentindo pra mim mesma
Que ultimamente eu tenho tido um pouco de ti
Te tocar sem dedos, te sentir sem pele
Te ver em linhas de cores
Não é suficiente pra mim
Não faz sentido buscar no real
O que não se pode ter
Não faz sentido buscar no papel
A estória que não vou escrever
Nem sobre mim, nem sobre você
Mas quer saber
O teu sorriso continua lindo
E quando você olha de lado
Fico sem graça
Eu renasço como se fosse pra mim
Aquele sorriso bobo
E como se nas suas fotos
Morasse o motivo de eu continuar
Prometendo a mim um dia te ter
Mas você não sabe
E nem eu vou dizer


Kate Polladsky