Monday, December 10, 2012

You're fine. 
You just wanna feel something good or something bad inside,
'Cause you know, 
Emptiness takes longer than a goodbye.


Kate Polladsky

Saturday, October 13, 2012

Tempo pra dar conta de tanta coisa dando certo. Felicidade quente, fria, barulhenta ou com molho barbecue.
Felicidade resfriada, com sotaque engraçado, nas conversas da madrugada e no corpo cansado. Felicidade por estar longe mas sempre perto. Tempo pra dar conta de tanta coisa dando certo.

Kate Polladsky

Quem num vazio padece conhece melhor do que ninguém o que preenche.
Quem tem medo de ir, não sabe a que veio.
Quem bebeu em copo quebrado passa a notá-lo metade cheio.


KP

Friday, October 12, 2012

É contínuo.

Tenho um coração inquieto; ou está pendurado ou se peneirando pra cair. Nunca sei quando está maduro nem seria ele a fruta mais doce-  a polpa disso tudo não daria um copo.
As pessoas apresentam um medo visceral de ficar só como se jamais tivessem sido apresentadas a si mesmas. Eu converso com a consciência e ela me apavora. Diz que a vida precisa de movimento, de um passo a mais. Esse problema mora nos lares de quase todo mundo, a rotina é paraplégica, os paradigmas são como pais superprotetores e fazer diferente causa mau estar. 
A dificuldade torna as coisas mais interessantes e valiosas. Hoje disponho de toda a informação que preciso a qualquer hora e em qualquer lugar. Não sei mais o que fazer com isso, ninguém sabe. Estão sempre dando as coisas nas mãos, eu nem lembro a última vez que li um livro. Corremos rápido e nem sabemos pra onde. Antigamente era tudo muito devagar, mas tinham um propósito. Apesar de mais devagar, era mais desafiador. Vencer tinha um gosto melhor. As cartas quando chegavam era uma alegria.
Em raros momentos nos sentimos inteiros. Somos influenciados pelo meio. Meio que influencia meio não se completa. Acho que Deus nos dá uma felicidade tridimensional mas só enxergamos as arestas. Tudo tem a hora de começar e de terminar, ao que não se termina chamamos de: preguiça; reencarnação; infinito ou filas de supermercados, bancos e órgãos públicos. Acabar é melhor? Quando volta não é a mesma coisa. Eu já voltei, e não era. É como querer afirmar algo com achismos. É como uma verdade travesti, sabe. Com medo de que acabasse, inventou-se a transformação, a mudança. Veja, a vida tá sempre mudando de opinião. Borrado, pouco prático, coração inquieto, peneirando.  Há pouco, já mudei também. É contínuo.


Kate Polladsky



Windowpane

E aí você está longe da porta de casa, 
vendo o mundo pela janela. 
Uma estrada que começa e termina em outra porta de casa, 
de um mundo que nem longe era. 
Em algum ponto da vida as distâncias se abraçam,

é o mesmo ar que qualquer um respira.
O mesmo impulso que provoca a ida. 
É a mesma volta que o coração espera.



Kate Polladsky
The right person is always like home, no matter how much you like to travel. 
Citylights are something but nothing is like falling asleep with the tv on.
The right person is different, he's your routine, she's your routine.
Your goddamn toothbrush. And you're the only one who has it.


Kate Polladsky

Thursday, October 04, 2012

Saudade é a desordem dos hormônios,
transparência dos homônimos,
palavra igual, silêncio igual
o caminho de volta no ônibus
a folha de papel jornal.

Saudade é o vício interrompido
de um mal inacabado,
de quem acaba de ser visto com um outro ao lado
É a idade que segue
a história que não repete
a tal vontade de ter dito.

É saudade mas é insossa
o gosto do suor da moça
que o distraiu na dança
e ele voava como criança
caminhava a mil pés
testando o mistério dos céus.

Saudade é um antes fosse
uma agressividade doce
de querer trazer pra cá
É amargo e agridoce
a lágrima que não desce
consciência pendurada
na distância que só cresce

Saudade é doença mal curada
saúde amargurada
quem dela sofrer vai sentir
é promessa sem jeito
um jazigo no peito
onde não se enterra um fim.


Kate Polladsky

Monday, September 17, 2012


Eu te pesso um verso
Voce me dá seu chão
Eu te abro a porta
E descubo um vão
Eu te dou meu sim
Você sim, por que não?
Nos meios mais simples
Toda a explicação

Me tratou com tréguas
Trevos e cobertas
As rosas cresceram
Nas nossas conversas

Sua rua enfim
na minha contra mão
todo frio tem fim
nesse coração


KP

Saturday, January 28, 2012

Diz respeito ao meu direito de sorrir
De repente quase não é escuro
E se for frio, quente como for
Diz respeito ao meu direito á dor
Dois mais dois somando
Num sonoleno semblante de um só
Diz ao meu direito de ficar calada
Cal que escreve no teu quadro negro
E nega todas as palavras
Dizendo que moro do lado esquerdo
Do teu peito que se diz respeitar o meu direito
de enfrentar tudo sozinha
E sem dó eu lá estou
Diz que o meu mundo é mais breve
De uma bravura sem nome
Respeita o meu totalmente
Do seu nada ainda dormente de conteúdo
Diz respeito as vezes que eu disse sempre
E a mensagem voltou
Quão inexistente é para onde vai
Quão desistente é de onde sai
Diz respeito a quem disse tudo
Um pouco a menos, ou
Um pouco a mais.



Kate Polladsky
Como você quer fazer a partir de agora?
Quer sombra num pé urtiga ou polpa de um pé de amora?
Como você quer fazer agora?
Mudar da noite pro dia é pior
A último que ri, ri melhor
Tem sabor do que você queria?
Chega uma hora que o café esfria...
Vai me dizer então, quem diria...
Ou, e agora?


Kate Polladsky