Monday, April 27, 2009

[Ideologicamente um desabafo.]

Castigar-lhe-ão por ser quem sois de corpo, alma e coração.
Colocar-te-ão camisas de força: que louco é este, livre por dentro, com as respostas que precisa para ser feliz; mas acorrentado ao mundo que o faz perguntas, nada lhes preenche e nada lhes diz? Apontar-te-ão o dedo na cara, julgar-te-ão por qualquer triz. Ensinaram-te a andar, a comer, a se vestir. Ensinaram-te como se portar, como falar, como pensar, como aceitar o inaceitável. Ensinaram-te sobre Deus, e sobre homens. Ensinaram-te que não é quem és, mas sim quem deve ser. Não é assim?Batizaram-te com um nome qualquer, sobre o qual jamais teve escolha, mas apenas para que o encontrem na multidão. Criticar-te-ão sobre seus desejos, sonhos, idéias e amores. Até mesmo aqueles que disseram amar-te sempre, jamais o conheceram nem jamais o conhecerão; apenas porque não permitiram conhecer a si mesmos antes de tudo; apenas porque seguiram regras, aceitaram-se sempre mais sociais do que pessoais. Mas ouça: Se isto o fizer feliz, permita-se. Seja este louco que és por não ser demasiado outrem. Não castigue a si mesmo por pecados que lhes impõem. E não se prenda demais a experiências alheias, dos que serão eternos aprendizes. Sede você o teu próprio caminho e a tua verdade os teus próprios passos.
Ensina aos outros quem és, pois eles apenas sabem quem deverias ser.

Kate Polladsky.
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Confesso que penso em você como descanso, como fuga. Como encontro do meu ego, com o meu amor e lascívia. Eu penso em você como a lamparina que não pensa na noite antes de queimar, apenas queima por sua natureza, por iluminar sem que pense em como se extingue, sem que pense em seu pesar. Vá insidiar a minha mente, meu pequeno grande erro, que não canso de errar e prepara-me ciladas das quais não saio apenas pelo esforço de pensar. Agora tem a mim presa, em pele, beijo e olhar. E tem o meu coração sem arrimo, que se desespera no avesso de estar batendo e abatido. Confesso que sou só fuligem, mas ainda queimo como magma cuja sonoridade ecoa como cítara e se perde em poesia ou apenas no pousar de uma libélula, consegue ouvir-me pensando o que sinto? Pois se alastra feito lume e se multiplica ao cardume, depois se junta à vertigem que é o descanso e a fuga, com teu nome denotando pensamentos que enturvecem meu pensar.

Kate Polladsky


Thursday, April 23, 2009

Quando as coisas começam a dar certo
Consigo abstrair e me proteger
Atrevo-me a pequenas vitórias
Uma que me cutuca, outra que me acorda, outra que me revela,
outra que me espanta, outra que me eleva...
E assim...
Sigo distraidamente sem tentar te esquecer
Aos poucos os meus sentidos vão se desprendendo de você
Vou eu, começando a aprender a não sentir
Como se as coisas jamais dessem certo
Exceto, matar meus sentimentos
Estes que involuntariamente acreditam
Que outra vez; o impossível ainda pode acontecer.
 
 
 
 
KP


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Tuesday, April 21, 2009

Como se fosse possível te esquecer, eu tenho tentado essa façanha há muito tempo. Entre altos e baixos, eu te deixei ir e não me deixei ir, nunca. Não sei que diferença faz. Você poderia estar comigo, ou não? Jamais? Por tantos questionamentos que faço, a resposta é sempre "e se...?" mas nunca o é. Porque eu nunca te questiono. Como se de alguma forma, você me pertencesse; apenas porque eu pertenço a você, de maneira louca e sub-entendida; é que há tanto espaço dentro de mim com teu nome. E com teu nome em meus escritos, em minha boca; fica tudo tão claro que nem o pronuncio, nem o escrevo. Mas sabem, todos os milímetros de mim sabem que eu te amo. Todos os estranhos que me estranham ao seu lado, sabem que eu te amo. E você sabe, mas também estranha. E assim como eu, finge que não. Finge que nos conhecemos também. Será que conhecemos quando fingimos? Como se fosse possível esquecer sua atitude e minha reação, como se fosse possível construir um determinado momento novamente e segurá-lo forte para que continue, como se fizesse sentido. Mas há apenas um sentido nisso tudo, e parte de mim. Sou eu que não consigo te esquecer. Sou eu que finjo sentido em tudo. Sou eu quem não te deixa ir, nunca. E eu tenho conseguido essa façanha a muito tempo. É que há tanto espaço dentro de mim com o teu nome, que já nem questiono. Tenho medo de que meu coração não se reconheça sem você, e já não saiba mais fingir que me mantém viva.

Kate Polladsky

Eu sei que quando você sai, bebe, fuma, beija, ri, se diverte e conhece pessoas novas. Sei que quando você sai, volta radiante ou nem tanto.
E quando sai eu penso se não estou a um passo de te perder, se é tarde demais pra te dizer ou se eu deveria de alguma forma fazer parte de você, por essa coisa conturbada que me parece o seu mundo. Quando você sai, eu sei que é para não pensar. Mas fico eu, pensando se está bem, quando vai voltar e que novidade arrasadora me espera. Penso como amiga porém sinto como tola apaixonada e meu instinto louco de querer te cuidar, te proteger, te ver bem...Esse instinto se volta contra mim, porque eu sei que quando você sai quer estar a perigo mesmo, quer ser livre e que se danem os sentimentos. Aí eu sei que quase adoeço. Por que é tão difícil não sofrer quando você sai? Mas quando volta e está tudo sob controle, então eu te amo mais. Agradeço e sinto que não te perdi por mais um fio.




Kate Polladsky

Friday, April 17, 2009

Me calo e você sabe o resto.
Este silêncio é porque eu te amo.
Estranhamente o meu manifesto.
Medo, medo.
Você é tão diferente
Me compensa de um jeito
Me desconserta de outro
Eu queria ter dito coisas melhores
E queria ter te olhado mais tempo
Mas eu me calo e você sabe o resto
Porque acha que me conhece
Mas não conhece os meus porquês
E isso também faz parte de mim
Esse traço firme que eu não traço
Mas que existe e faz toda diferença
Como se eu te pegasse pelo braço
Te beijasse e não desistisse
Mas entre o que eu quero e o que eu tento
Há todo um espaço onde cabe o seu passo
Indo embora pela porta
Há um olhar de indiferença e outro que me quer
Então eu me calo
Porque não sei do resto
E vejo duas pessoas incertas se afastando
Você certamente e eu, de certo.
KP