Monday, April 27, 2009

Confesso que penso em você como descanso, como fuga. Como encontro do meu ego, com o meu amor e lascívia. Eu penso em você como a lamparina que não pensa na noite antes de queimar, apenas queima por sua natureza, por iluminar sem que pense em como se extingue, sem que pense em seu pesar. Vá insidiar a minha mente, meu pequeno grande erro, que não canso de errar e prepara-me ciladas das quais não saio apenas pelo esforço de pensar. Agora tem a mim presa, em pele, beijo e olhar. E tem o meu coração sem arrimo, que se desespera no avesso de estar batendo e abatido. Confesso que sou só fuligem, mas ainda queimo como magma cuja sonoridade ecoa como cítara e se perde em poesia ou apenas no pousar de uma libélula, consegue ouvir-me pensando o que sinto? Pois se alastra feito lume e se multiplica ao cardume, depois se junta à vertigem que é o descanso e a fuga, com teu nome denotando pensamentos que enturvecem meu pensar.

Kate Polladsky


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