Friday, December 29, 2006

Não me reduzo ao que sou
Ao que alguém vê
Ao que resta de você
À doença crítica
Ao por que não fui, ao por que não vou
Não é difícil exclamar a dor
Mas quem vai saber do que estou falando...
Sabe, nenhuma das pedras jogadas voltou
Há aqueles de braços abertos por amor, por dinheiro
Há aqueles de braços fechados por amor ao dinheiro
Eles nem sabem quem são
Nem sabem se são alguma coisa
Se reconhecem como algo
Algo que julgo ser irreconhecível
Apenas coisas desse tipo me atrevo a julgar
O que não reconheço e o que não sei
Pois saber de verdade, nunca se sabe,
Mas dizem que quem acha que sabe,
de fato sabe nada.
Assim, talvez eu julgando o nada, seja
absolvido do que sou
Um irredutível eu.



Kate Polladsky

No comments: