Friday, July 13, 2007

Árvore Genealógica

Tenho muitos ao meu redor
Sequer metade está realmente lá
Perto e presente.
Na chuva do cotidiano
No amparo aos que resfriam
Estão lá aqueles sempre presentes e parasitários
Aos fortes e contentes
Aos de saúde e de riqueza
Aos que de fato, fazem.
Às pontes em meio aos problemas
No dia em que os bons se forem, irão os únicos
E a solidão será o piso quase materno do resto
que sobrevive
Tenho medo de ir, mas tenho medo de ir primeiro
Do que os que para mim são os primeiros na minha vida
A vida ensina em atraso à perda
E a perda quando deveras perda, lhe tira a ti também.
No fim do arco-íris há os que nos esperam
Ao longo do arco-íris há poucos que nos acompanham
Eu sinto pena dos que são embalagem e nada envolvem
Dos que protagonizam, dos que são quantitativos apenas.
Dos que estãos sempre doentes para não ajudar
Mas que se curam de imediato para serem ajudados
Traço uma linha que dela não passam muitos dos que
ocupam espaço nas fotografias
Na minha vivência eu vivo e morro por uns
Não por outros, que são os muitos ao meu redor
Os contáveis parasitas com os quais não se conta.
Vai se reduzindo a quase nenhum de nós a felicidade
Somos poucos e confiáveis
Somos únicos e somos o todo
A despeitos dos que apenas fazem parte.


K. Polladsky

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