Tuesday, April 21, 2009

Como se fosse possível te esquecer, eu tenho tentado essa façanha há muito tempo. Entre altos e baixos, eu te deixei ir e não me deixei ir, nunca. Não sei que diferença faz. Você poderia estar comigo, ou não? Jamais? Por tantos questionamentos que faço, a resposta é sempre "e se...?" mas nunca o é. Porque eu nunca te questiono. Como se de alguma forma, você me pertencesse; apenas porque eu pertenço a você, de maneira louca e sub-entendida; é que há tanto espaço dentro de mim com teu nome. E com teu nome em meus escritos, em minha boca; fica tudo tão claro que nem o pronuncio, nem o escrevo. Mas sabem, todos os milímetros de mim sabem que eu te amo. Todos os estranhos que me estranham ao seu lado, sabem que eu te amo. E você sabe, mas também estranha. E assim como eu, finge que não. Finge que nos conhecemos também. Será que conhecemos quando fingimos? Como se fosse possível esquecer sua atitude e minha reação, como se fosse possível construir um determinado momento novamente e segurá-lo forte para que continue, como se fizesse sentido. Mas há apenas um sentido nisso tudo, e parte de mim. Sou eu que não consigo te esquecer. Sou eu que finjo sentido em tudo. Sou eu quem não te deixa ir, nunca. E eu tenho conseguido essa façanha a muito tempo. É que há tanto espaço dentro de mim com o teu nome, que já nem questiono. Tenho medo de que meu coração não se reconheça sem você, e já não saiba mais fingir que me mantém viva.

Kate Polladsky

2 comments:

Atacada! ;D said...

Belíssimo texto, no qual me encaixo perfeitamente! rs
Parabéns!

Beijo grande!

Bruna Brandão said...

A simples suposição do fim de um amor já machuca mais do que deveria, não é?
São (sempre) belas as palavras tristes - e as suas me emocionaram, fato.