Saturday, May 09, 2009

Não me deixe chegar bem perto de amar outra vez à distância. Poupe-me de tal presságio, de tal tendência, de tal atraso de vida. Não me deixe empoeirar em sentimentos que coloco na estante por uns dois anos, mas terminam engavetados e sucumbem no tempo, ração de pretérito-traças. Ainda não quebrei paradigmas, pouco amei de verdade o palpável, o prático e o acessível. Nasci para odisséias? Para platéias ao longe de quem não ouço os aplausos, não seguro a mão e carrego comigo a tira-colo, a tira-coração, a tira-corpo e alma? Permanecerei nessa incógnita, nesse amor de guerra, nessa eterna cólica platônica? Eu espero que não. Não me deixe esperar. Mantenha-se longe do meu amor ou não me deixe amar outra vez, porque detesto esse amor a três: eu, você e a distância. Um conto-de-fadas ou algo do tipo amigo-imaginário da infância. Existe, mas não está. Não há quem aguente. Mas se de repente você chegar...E durar mais que um repente, a gente se entende. E pode ser que eu ame absurdamente, posso querer chegar bem mais perto que antes, se você deixar...
Kate Polladsky
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