Thursday, May 14, 2009

Pois bem, é o acaso. Me confunde profundamente, e não há lentes no mundo que me façam enxergar o contrário. Por um acaso não procuro ninguém, decididamente estou bem só. Mas casualmente conspiram os ventos; me sopram alguém irritantemente interessante. Cego e de repente já não sigo. Páro naquele instante, e desvio a pessoa que sou para algo meio sentinela viva e manipulada pela atração por aquela criatura. Que infortúnio não ter controle sobre mim, que injustiça o acaso ter controle sobre mim! Why so perfect? No meu caminho que ninguém percebe, persegue, prossegue comigo? Não é pra mim. Mas sorriu pra mim. Por um acaso era comigo? Com certeza não, na minha mente distraída não. Era só o acaso... Pois bem, era pra mim.
  
Agora, decidi que queria mesmo que fosse meu aquele sorriso. E o que eu fiz...? Ora, por que não virar a cara e fingir que não era comigo? Tá na cara que naquele instante mesmo eu queria tanto tanto aquela pessoa, que me fiz imune a ela. É estranho. Mas é a reação que me dá quando a vergonha me invade, me toma nos braços e me adormece. Eu digo -Oi. E a gente se esquece. Como todas as minhas tentativas me esquecem no final. Depois que a gente se entreolha e até anda de banda, cada um vira pro seu lado do corredor e aposta os dois lados da moeda no mesmo acaso; que é pra comprar o destino...Com aquele mísero centavo.
 
Preciso ver de novo aquela pessoazinha que me sorriu e me confundiu, me iludiu e logo matei o melhor instante com uma interrogação. Eu não sei como, mas depois fiz amizade. E dos cem porcento de chance que poderia ter de conquistar alguém eu me desesperei só com a metade. Será que consigo? E pensei comigo... sorrirei por seu número de telefone; por seus passos ao meu lado da entrada para saída; por saber o que fará no fim de semana ou qualquer medida drástica que nos una.
 
Depois de milênios de acasos, casualmente almoçamos. Sei lá que gosto tinha a comida. Fiquei entre o que me falava, sobre coisas coisas coisas e o que não me dizia. Não me dizia nada seus gestos, olhares, tom de voz. Eu queria saber mais, sobre aquele assunto de ter chance com. Me jogaram na inércia. Primeiro instante me dava bola. Segundo instante, me chutava fora. Terceiro instante tanto faz, eu devo mesmo ter perdido. Era uma ótima pessoa. "é pra mim..." mas..."não é minha". Ah sinceramente! Eu acho que cansei da gentileza.
 
Ora, que me deixasse claro de uma vez se serei plebeu ou serei nobreza. Fiquei num sou não sou, posso não posso, consigo não consigo. Encerrei o caso. Martelei mesmo a vidraça que eu estava polindo com gosto pra deixar mais transparente o que era aquilo entre a gente. Mas concluí que nada a ver, sabe. Comecei a ver aquela pessoa de um modo diferente, ou indiferente. É! É um caso realmente broxante. Se por um acaso rolasse química... Mas não misturou não; embora eu pensasse naquela interessantíssima criatura a todo instante. E também depois de todo aquele processo de ganha-pão, poderia ir pra frente...Mas não. Nem,nem. Tudo mudou de repente, não era como eu pensava que era. Vai ver nossos cosmos eram de substâncias diferentes...Pois bem, é o acaso. Me confunde profundamente.
 
 
 
 
[Kate Polladsky]


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