Thursday, February 01, 2007

A vida é muito cruel para os que se aborrecem com pouca coisa.
Não há espaço para caprichos, para intolerância, e não é tudo que o amor alcança.
O amor desmancha, o amor descansa...
Não há trégua, muito menos há tempo.
O tempo não existe.
As pessoas te usam, somos todos ferramentas de nós mesmos. E se não funcionamos direito...
Bem, eles nos deixam pra trás, sem que possamos ter construído abrigos, sem que tenhamos sido lares.
Mas quem se importa, no fim somos todos iguais, aprendemos na mesma escola, nascemos e morremos no mesmo chão.
Temos momentos, temos surpresas, decepções, inércias, temos fome, filhos, medos...
Temos sempre que ter alguma coisa pra que isso nos retorne ao vazio, à primeira indagação e primeira descoberta; de qual seria o por quê de tantas coisas.
Com tanta ambição e impureza somos ainda ingênuos por não saber que as respostas não existem mas estão vivas. Para uns, a resposta é si mesmo, para outros é deus, para mim...
Eu creio que não haja resposta para minha pergunta... " Por quê tantas perguntas sem respostas?"

Receio que tenha chegado a um limite onde o pouco que se divide, se espalha e perde o rumo.
É certo que o horizonte nunca esteve tão perto a despeito dos nossos esforços em enxergar ao longe, e apenas imaginar o que se vê.

Com tanta terra sob nossos pés não é surpreendente que sempre buscamos saltar. Ser contra intuitivos, ser o que somos sem o que possamos ser.
Sem darmos conta que o desprezo ao contraste, é o nosso próprio desprezo, porque somos o ponto de referência , o motivo da comparação.
Igualmente somos o início do fim, do qual lutamos tanto para nos afastar.




Kate Polladsky

1 comment:

Anonymous said...

Obrigado por vc existir e nos dar esses textos maravilhosos. Como sempre, tirando as letras do meu teclado.
te amo,
muito.
Joaquim