Wednesday, February 11, 2009

Talvez eu já não precisasse de você, e ficasse bem apenas na minha fuga. Mas acho que estou doente, ainda. Não me sinto capaz de te deixar ir, não prendo o controle do que sinto por você à minha pele, à minha cabeça, ao meu peito. Não. Ao contrário do que muitos pensam, eu não tenho controle. Nem tenho a razão. Tenho uma vontade e um sonho que, sem freios nem sombras, perdem o senso de direção e continuam colidindo sobre mim. Talvez já não fizesse diferença, ver quando você chega ou quando vai. Assim como costumava ser todos os dias. A diferença, na verdade, se faz nos dias em que sozinha eu refaço todos os seus passos, todas as suas nuances, os tons e a tonalidade do seu rosto, do seu corpo, do seu cabelo. Tanto detalhe carnal, banal e que insiste em representar algo a mais nesse espaço ínfimo entre o que sonho e o que tenho. Apenas esse espaço consegue tornar duradouro o que penso; e isto eu acomodo sem conforto nenhum entre o que não pude ontem e o que não poderei amanhã. Talvez eu tenha caído na fraqueza de não me acostumar com a tua ausência. E dessa forma, volto ao topo do que era viver esperando religiosamente pelo acaso, para que ele viesse e tecesse de verdade cada retalho do meu amor; e por fim nos cobrisse durante certo tempo, até que eu me curasse. Mas acho que estou doente, ainda...
Kate Polladsky

3 comments:

Carla P.S. said...

Se estiveres...Pense em ti. Te cuida, te ama, cresce. Te mostra pro mundo. Eis o ponto...Aceite meu café, afetuoso.

Carla P.S. said...

Se estiveres...Pense em ti. Te cuida, te ama, cresce. Te mostra pro mundo. Eis o ponto...Aceite meu café, afetuoso.

R.Martuchi said...

Kate..
tao profundo e inspirador oq vc escreve.. tava passeando por aqui e tive uma certeza..
Tuas escritas estao a me inspirar em um projeto..

ate mais.. td de bom pra ti