Sunday, March 29, 2009

[...] Olha-a e se preocupa com sua fragilidade, com sua bravura, com seu projeto de mundo e sua rouquidão de tanto falar com Deus. Pede que os muros não a envolvam, mas que resolvam subi-la até o outro lado. Olha-a com desajeito. Desejos simples e claros.
Que seja feliz, que continue e não se esqueça de casa.

Certa noite, correu um vento frio por sua janela e a fez acender um cigarro que queimou mais forte. Roubou-lhe uns minutos de lembranças e outros de sabedoria. Ainda quer saber lidar com seus sonhos, com os sinais em seu caminho; e envolvida em tantos pensamentos confusos; tantos passos loucos que deu querendo dançar entre amigos e estranhos; ela tem algumas poucas certezas que a fascinam, mas não consegue dar-lhes vida. E nem morte. Apenas a abriga e leva em frente, quem sabe um dia. Quem sabe consegue. Talvez seja apenas questão de oportunidade, quando o momento certo vem e suas mãos se enchem de ferramentas, seu espírito se enche de coragem e seus passos se enchem de obstáculos vencidos -continuamente entre tombos, dores e jogos de sorte ou azar.
[...] Olha-a e sua esperança a tranforma em vitória. Sem qualquer intenção de desambiguação. Mas sabe só de olhar...
Kate Polladsky

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