Wednesday, February 25, 2009

Mandar embora esse meio mundo de gente morando em mim. As mentiras eu disfarço, as verdades eu refaço e não compartilho nenhum pedaço com ninguém. Veja você que pássaro nenhum sobrevoou um oceano à minha espera. Fui eu passarinhar por mim. E assim calcei meu chão de estrelas onde haveria de dormir todas as noites. Sem frio nem miséria, sem vontade de rir ou acordar. Mas há na fila alguém que espera, já não serei eu quem estará lá. Largar poeira nesse meio destino de perdas. Inteirar-me de tudo que fragmentei: Coração, sono, sã consciência, serenidade e a santa vontade de estilhaçar o vitral que protege a janela, esta que dá a vez pro seu mundo entrar. Mas eu não me obrigo a abrigar o submundo de quem ousa. Mandar embora... Adeus é também um bem-estar.
Kate Polladsky

1 comment:

o que me vier à real gana said...

Olá, boa noite!

Não, não mandes embora ninguém! Os teus "agoras" nunca mais seriam os mesmos... Provavelmente nem voltarias a ter "agoras"... pelo menos com a mesma intensidade!
Cuidar de quem ousa ousar, pode ser bom, muito bom...

Bj