Wednesday, April 02, 2008

Em crise de abstinência, hoje rendida ao fundo de minha mente, adormecida e distante, doente. Sem forças e um coração com teu nome entalhado em versos, com saudade disfarçada e o cheiro de passado que reconheço em qualquer lugar. Ao menos não há música , ao menos não leio e me deparo com sua caligrafia e a só tua criatura que se camufla em mim -se perde, e não me reconheço, por hora, ou minutos antes de me arrepender.
Daí pra frente eu que mudo pouco, muda fico, finda o medo ou maldição de sua inerte presença que minha vida não rejeita, por que não rejeita? Se te sinto longe e abstrato, e faz do que sou, suave e serena, um maltrato; conjugado e inseparável, como um dia após o outro - se extendem indefinidamente- me entendem e me deixam seguir, sempre só; em solo que não piso, porque não pertenço; olhos que não piscam porque não se cansam; brilho que não cessa, porque nunca teve.
Que algo de bom aconteça, e não deixe que me aperfeiçoe em solidão, que de tão sábia nunca se juntou a nada, pois de que vale a companhia, que faria definhar sua própria natureza?
Mas gratifico o toque de tolice, que trai a solidão, porque não me suporto sem você, e não me suporto em mim, melhor que outro passado possua meu futuro, não há de se extender em águas passadas, mas plagiará todas as linhas de felicidade que tive, e se lançará ao amanhã.
Kate Polladsky

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