Monday, April 07, 2008



Lembro tanto de você que um tanto de mim se espalha e se dispersa. Estou em todos os lugares que estiveram com você. Estava eu com você, e de repente não mais. Lembro tanto que me agride, e não me aquece no frio de hoje. Que dispensa. Pensei que fosse infalível amar alguém. Ninguém me disse nada. Ser de inocência, de pendencias que sou. Perdas existem para serem aceitas e não desfeitas. E se me perco um pouco assim como se explica? Entre caminhos, calmarias e tráfegos de mim, especiarias de espécie alguma, uma Índia desmapeada, tântrico fim .
Um anônimo me aguarda. Um ânimo me segue de longe. Esse sentimento de tocaia, que quase se revela em trapos, trêmulo de receio.
Lembranças servem pra quê? O esquecimento é uma zona de conforto. Não quero esse inútil pedaço de consciência de outrora, nada disso que adorna o incômodo de todos os dias, e de agora.

kate polladsky

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