Wednesday, March 15, 2006

Sob a minha condição calada, eu encontro um conforto entre palavras que me deixam continuar na minha busca insana a sensibilidade, que eu detesto não ter como explicar. Ou... tanto admiro que detesto ter que explicar aos outros o que não quero que se sintam na necessidade de entender.
Sempre, generosidade aos outros, esqueço de mim e me conformo sob forma de indignação.

Penso que quero tudo que não tenho agora, pra aninhar meu ego num raio de instante. Mas depois, pode ser que eu sequer tenha um ego para alimentar e tudo não passa de sonhar...
Sonhar é brilhante, é corajoso, é possibilidade de não ter e ter de se enfrentar com um espinho de decepção fincado.

Mas se ignoro, se ignoro sonhar sufoco-me até sonhar ter de volta o ar. Sonhar é involuntário.
E por causa dessa falta de controle, vivos.

Se eu não sonhar sempre, senão eu morro agora.

Mas eu vivo porque nesse instante eu posso apenas existir, e isto...já se foi.
Já sonhei ter estado aqui, e sinceramente não sei se a propósito estou.

Talvez, eu crie em mim uma certeza. Algo sem propósito, apenas para alivio por não ter.(inclusive, a certeza)

Algum dia eu paro, porque não aguento; não aguento esperar por soluções e isso... é o ápice do meu otimismo.

Ainda assim, sonhei.




Kate Polladsky

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