Sunday, October 19, 2008

Serei eu, que me sou. E serei eu que me dou. Que escolham o quê de mim querem. Sei ser fingidora, sei ser perfeita, só não sei ser quem sou. Não sei de mais nada. Já não sabia quando era alguma coisa. E sem querer, me canso, me nego, me recuso a conhecer apenas as costas de quem persigo. Prontifico-me a dar a cara às tapas, até que quebre essa louça com a qual me vestem e já nem querem tocar. Trocam-me pelo imprestável, pelo impuro, pelo imprudente? Escolhe a mim como traidora, como trouxa, como heroína que mente? Se assim ganho mais, ganho amor, ganho atenção e ganho a não-admiração que todos querem ter pra si, que desejam e que embora odeiem, possuem com um sofrer quase tão gratificante quanto se tivessem o alívio, o conforto, o refugio de alguém que é bom demais pra que os mereça. Então, serei eu um desmerecer-se de si, pelos outros. Pelo merecer de querer ter o que mais se quer? Não sei a quê me dou o direito, pra que não fique com nada. Apenas o todo perfeito que sou, e que já não me serve, quando mais preciso.
KP

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