Tuesday, November 11, 2008


Sou aquela pessoinha, cujo sol nasceu poente. Que leva na pele um arrepio leve, e quase nem dorme criando palavras, que juntas digam alguma coisa. Que a diga o que ser para não se justificar demais entre as coisas que a tornam, digamos assim, tão quase. Humaniza tantos sentimentos frios, quentes, doces e amargos. Os tornam tão vivos, quase órgão dentro de si. Depois param, e por um momento todo o ser se cala. Morre. Contudo, sou aquela esperança demente; que não se engrandece demais, mas é semente. E logo, germina outra vez. Apenas quem nasce um amor quadrado e o gira em seu interior. Vira tão cedo a tarde, porque doa sua noite ao espanto de acordar com toda luz em seu caminho. Sou aquela pessoinha que é pássaro e é ninho. Será abriga bem sua liberdade? Talvez ela sequer voe. Abstrai tanto o que sente, cai muito pouco em si quando ama, parece que vive dormente. Quase sempre, amor foi um pesar. Apenas pra não passar em branco, tenta colorir seu vazio. Põe-se no lugar de quem anda descontente e distante, um tanto quanto lunar. Observa os detalhezinhos, silencia o todo e gravita em seu pensar.









Kate Polladsky

1 comment:

Carla P.S. said...

Me vi, várias vezes, no teu texto. Isso foi um elogio (não é o que os leitores querem?).
Fiquei feliz com teu comentário..Tomaste um café com grande entusiasmo. Aceite mais (2 duplos expressos pra ti, que é voraz). Tô te linkando, passa lá.
Beijos!