Tuesday, September 30, 2008

Agora acho que se extingue. Deixou-se levar, lavar-se demais. Talvez agora um enxágüe por dentro. E se acalme, se vicie no secar do vento, com outros ares. Quer respirar, não? Transpirar tudo isso foi febre. A aqueceu por um instante, tanto. A queimou por uma eternidade, tanto. O que sobrará será que serão cinzas? Depois que molhar tudo embora. Não há o que regar.Nada brota. Não lhe deve continuidade. Arrancar? É um tirar de vida, um tirar de linha, desalinhar. Irá puxar um fio assim, e sem que nem percebam vai se desfazer feito novelo. Sempre tão sólido, o gelo amornado, derreter-se-à. Se não se extingue agora, uma hora irá? Acho que não é obrigação manter isso tudo. Mas já pesa muito em toda sua leveza. Que diferença faria continuar? Faria diferença? Carregar, descarregar. Prezado inquilino, não é por nada. É porque não há lugar para ela. Abandono de lar. Que só abriga um dentro, mas não quer estar lá.

KP


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