Monday, December 29, 2008
Não quero iludir meu coração com sentimentos repentinos, mas sei que vai acontecer sempre e outra vez. Sem querer ser fraca mas já sendo, amarei tanto ou mais do que sempre amei. Amor é uma fraqueza, mas não é um fracasso. Não necessariamente. Em alguma brecha desse todo mora uma luz que me fortalece.
Não vou esperar que descubram minhas esperanças. Elas estão espalhadas por aí. Já estão em evidência.
Não vou forjar o momento. Ora, espere. Ou me erre.
Não vou, um monte de coisas. Não tenho porque me cobrar tanto, sei que não sou menos do que realmente sou.
KP
Friday, December 19, 2008
O que adianta é esquecer, deixar pra trás.
Houve aquele momento em que eu era ênfase.
Houve aquele instante em que eu te ganhava aos poucos.
Agora, nem palavras. Nem olhares. Nem presença.
Perde-se e morre toda e qualquer chance de que seu mundo
abrace o meu, e você beije meu rosto, beije minha boca, beije meu amor que ora cresce, ora despenca.
Perde-se e morre toda e qualquer chance de que você seja doce, delírio, motivo, casualidade, vida.
O querer se extende, entende?
Porém agora não adianta. Não mais.
O que adianta é esquecer.
Deixar pra trás.
KP
Thursday, December 18, 2008
Deveria ter me esforçado mais, deveria ser menos preguiçosa, deveria sim ter dado uma de doida e talvez assim, eu não estivesse chegado na reta final me perguntado o que eu deveria ter feito. Arrepender-se por não ter feito! Insegurança, desconfiança, fragilidade, frescura. Enfim. Quando a minha depressão natalina passar, espero aprender a falar mais o que consigo escrever melhor ainda, espero me confundir menos, espero me permitir não esperar tanto, e perder. Espero aprender a dar não, e a ser mais generosa comigo. Aprender a vangloriar menos as pessoas, elas vão sempre te decepcionar. Fazer mais amigos, muito mais amigos. Amizades fiéis, que me ligue de madrugada, sóbrio ou não, apenas pela confiança, conforto, saudade, vontade de falar com alguém que entenda e haja consideração. Amigos pra fofocar, conspirar, xingar, discutir, rir e casar as almas. Caso contrário, ter um cachorro seria mesmo o ideal. O espírito de natal é um tanto assombroso, sinto- me mais racional do que espirituosa. Depois passa, em algum momento eu me encontro. Ou penso que sim. Boas festas!
Monday, December 15, 2008
Um momento de surto.
Um puxão de orelha não
Um alguém que me puxe pela mão
Me abrace forte, me ataque a jugular com beijos
Me decodifique em um minuto de olhar, me alimente o mistério.
Vai saber se o que eu quero é simples, é cabível, é causável.
Dois corpos e uma parede
Muros jamais
Palavras de efeito
Aliança à física, aos místicos, aos corpos.
[O explicável, o crível, o desejável]
Não depender de momentos sãos
Ser o impulso desregrado e o sustentáculo
Um sorriso conquistado, nada absolutamente forçado.
Refazer-se espontaneamente melhor
Sonhar, sonhar muito.
De olhos fechados e abertos.
De posse do mundo, com os pés no chão
E o chão flutuante, uma ilha.
Vai saber se o que eu quero
É o apenas.
De novo a pele e o momento
A paciência com a inexperiente falha
O objeto desmaterializado em sentimentos
Cabelos lisos que escorrem entre os dedos
E dedos que se cruzam, se fecham para um destino em comum
Reafirmar-se num querer carnal, desmoralizar-se dos medos
Numa verdade própria, na criatividade em acordar a criatura
Com o poder do calafrio e do café quentinho
Com a magnitude do amor de pequenos atos
Somente a vontade de conhecer
Um e outro. Um ao outro. E seu respectivo querer
O que eu quero eu não conto cada
Conto para ir ao encontro
Vai saber...
KP
Uma certeza calada, viva, boba.
Não consigo saber do que se trata, e essa certeza me maltrata por dentro.
Eu não a quero? Não agora? Eu não a sinto, eu não a tento?
Perco todo o meu tempo revivendo dúvidas, eu não entendo.
Sinto como se tocasse, que na minha confusão mora um desejo.
Um desejo simples, dependente, meio louco e descrente.
Mas desejo é desejo. Aquela coisa que cresce quente e te imobiliza toda.
Que te faz refém em si mesma e não te deixa pensar.
A minha confusão me vandaliza por completo.
Será então que tudo se fundamenta num desejo incerto?
Kate Polladsky
Que eu não plantei a culpa, não tenho feito nada de errado.
Que desconheço sua doçura, sua atenção, sua pessoa.
E que canso. Finalmente canso.
E não te digo, porém me afasto.
Te perco de vista.
O trato que tenho comigo é o de não ser insistente e não mais adoecer de amor.
Sinto agora uma pontinha de dor, que tornar-se-à passado.
Eu que detesto passado também.
Enfim, passar bem.
KP
Friday, December 12, 2008
Minha seriedade se confunde com tristeza, vergonha, conveniência, mau-humor ou doença. Apenas sei ser cômica, irônica e sarcástica. Mas se precisar, aprendo a ser séria.
Wednesday, December 10, 2008
Mas chovem sobre mim e me apago por dentro.
Torno-me aquela sensação de quem sempre teve luz e a perde.
Indaga-se: O que aconteceu?
Torno-me breu.
E me rompo à pressão da água.
Torno-me fria.
Lavada.
Escorro na angústia deslizante de não saber aonde se vai.
E quando caio em restos e impurezas
Dou-me conta de que sempre volto
Ao fundo de mim onde me aqueço.
Let’s even say that she fears happiness and therefore will always be on the verge.
I’m afraid she’s not used to be loved, considered, wanted and such. It must be really strange and uncomfortable to have someone after her to give her shelter and a ride in paradise. She just sneaks out! What monster is that she sees all the time? Why can’t she be blind and accept the touch and the whispers instead? By trying to see the best, she’s living the worst. The best might be blurry now, but it’s there. And I find no way to open her eyes. Maybe she’s in pain, in a real pain, I don’t know. I am. I say, I understand her. I need her. But she doesn’t know what it’s like to need. With body, heart and soul. All together burning in the same hurry. How dare you love to be so slow?
Dependo dos meus erros pra viver.
Dependo de toda essa imperfeição que me dói e me ensina.
Kate Polladsky
A terminar com eu te amo
No meio termo, não sei o que escondo.
Se é vivo ou se resistirá até o fim.
Espero que não morra dentro de minhas mortes.
Espero que dure o suficiente
Para que eu não tenha mais que pedir desculpas.
Por enquanto, me desculpe.
Eu te amo.
Kate Polladsky
Tuesday, December 09, 2008
Thursday, December 04, 2008
Quando sua dor é meio fome. Que embora seja sua, por dentro ela te come. Aí você já não a alimenta mais.
Quando você se apaixona e acha que ama. Aí a paixão te engana, e então por isso você já não sabe se amará mais.
Quando você acende uma luz dentro de si mesma, e vem alguém que não te conhece, te anoitece. Aí você já se perdeu demais.
Quando por fim, você acorda e vê que tantas horas felizes já não são tão felizes agora. Aí você vai embora e leva um vazio a mais.
Kate Polladsky
Wednesday, December 03, 2008
Monday, December 01, 2008
Você não presta atenção ao que sinto. Nem mesmo eu, presto pro que sinto. Sinto-me pretensiosa, quanto atrevimento sentir tudo isso. Chega a pesar, a pender meu coração; uma laranja, meio azeda, meio doce. Indecisa do gosto que tem, por tua causa, fica lá pendurada. A casca respira, o interior cresce forte sem saber do que nasceu, sem saber do que vai morrer. E um dia, eu sei que poderá apodrecer na dúvida; por não fazer sentido. É bem esta, a natureza do que sinto. Mas eu demonstro esse monstro tonto. Amor idiotizado no seu tanto faz. Você é distraído demais. Indiferente demais. É demais pra mim. Se sentisse o que eu sinto, sentiria-se pouco importante, impotente, imperfeito e impertinente. Faço papel de sentinela, boba e esperançosa. Esperando que você sinta algo por mim, nem que seja um sinto muito. Nem que seja, eu não sinto nada por você.
[Kate Polladsky]
Uma palavra para significar,
Um sentimento pra entender,
Uma vontade de saber,
Era uma vez eu e você...
Friday, November 28, 2008
Dá me espaço pra dançar entre o teu amor e o meu.
Deixa-me livre para ir e vir ao teu corpo
Abraça-me por trás, quando eu não conseguir te encarar de frente.
E me beija para sempre, quando eu ameaçar fugir.
Deforme as condições, ignore as confusões, desfaça-se dos por quês.
Prenda-me mesmo, é mais fácil do que me entender.
Kate Polladsky
Thursday, November 27, 2008
Tocaria o meu alimento e me mataria por envenenamento.
Sufocaria a rubra forma do meu corpo com teu abraço.
E sobraria apenas a minha alma.
Saudável e fresca. Livre do toque.
Virgem e virtuosa.
Infeliz por faltar-lhe veias.
Kate Polladsky
BANQUETETe como com os
olhosFruta que se
pendura no
meu narizTe beijo como
esquimóBebo o suco e
mordo a
carneQue esconde a
sementeFeito
fruta-do-condeEntão toco a
peleQue se suja de
terra
quando caiBem aqui aos meus
pésTe piso como a
uvaE escorre teu
líquidoMais tarde, te
ponho a
mesaComo o melhor
vinhoBrindo e me
embebedoCaio anestesiada,
em
êxtaseDescanso do teu
banqueteMas não recolho
dos meus
olhos os talheresPara não deixar de
te
comer.
KP
Wednesday, November 26, 2008
Escrevo teu nome em qualquer pedaço de papel rasgado.
Minha caligrafia se cansa de você.
Mas meus dedos dançam em volta de cada letra que se forma, até a última quando morre.
E embora quando termine pareça estar no plural, não há coisa mais única.
Por mais comum que seja.Eu estou tentando te esquecer.
Dei-lhe apelidos pra me desapegar do verdadeiro.
Mas a verdade é ainda mais ridícula.
Não posso dar nome ao que sinto, que não o teu próprio nome.
Kate Polladsky
Tuesday, November 25, 2008
Monday, November 24, 2008
Por tão pouco.
Portanto, foi demais.
Não tratou começo como começo
Seria errôneo não tratar fim como fim
Ou padecer no tanto faz.
Tem gente que vive disso
Eu não quero viver mais.
Fazer feliz é muito simples.
É só deixar ir.
Vai...
Kate Polladsky
Sunday, November 23, 2008
Thursday, November 13, 2008
Tuesday, November 11, 2008
Torceu-se por dentro e pairou
Como folha de papel em branco
Seda e sobretudo sede
Fitou como se tocasse
Aquele ser era também um estar
Naquele instante acha que estava sendo sincera
Com ninguém mais do que si mesma
E naquele momento, como se nada mais importasse
Deixou-se olhar.
KP
Monday, November 10, 2008
Dei minhas lembranças a um pedaço de mar. Vi flutuar minhas sagas ao teu lado e por fim, vi meu sangue quente, de um músculo errante e pulsante, afundar. Joguei meu corpo nas ondas, como quem quer se lavar por dentro e como quem levava por dentro um oceano de águas passadas aonde eu quase me deixei levar. Me perguntei em silêncio se aquilo tudo me pertencia ou se era tudo aquilo que perdi. Ainda carregava uma dor densa, quem sabe o mesmo mar te banhava em outro lugar. Era mesmo o peso do que eu sentia que me impedia de nadar. E fugir depressa do que eu era. Quase a tua costa, uma linha tênue de rochedo que te segurava firme, e te impedia de transbordar. Para que não se gastasse afora, nem se enchesse demais, de um mundo de outrora, cuja aurora se desfaz. Minhas lembranças foram todas inteiras. Hoje se despedem em pedaços, pontos e traços que sequer sabem que pedaço do mar riscar.
Not a bird, not a space to fill in, not a time to waste.
I’m free from my past. Then again, it feels like a new taste.
No, I haven’t got new arms to laze on.
No I haven’t got different lips to run for.
I just got my heart back. And it’s all I needed.
I just got my sanity back. And it’s all I missed.
I’m thrown back into the darkness.
And yes, it scares me. I’m lost and lonesome.
But I’m mine. And my spirit is lighter.
I don’t feel like a loser. Nor like a fighter.
It is none of my business anymore
To measure my love or pick you up in the storm
It’s even senseless to think about before
As something so kind, so big, so true.
Now I’m free to ignore and make things work out.
Looking forward to see a new horizon.
To light my way with a brighter sun
And now that I’m free, darling
I got half way gone.
KP
Friday, November 07, 2008
Thursday, November 06, 2008
Dizia que os dias de chuva eram quentes, tão forte se enrolava nos lençóis, formando um ninho de si e de seus medos. Jamais quis estar na chuva para se molhar. Criou-se seca e intocável. Certo dia viu passar na rua uma criatura de olhar tão brilhante, que nele reconheceu uma constelação, e daí por diante carregava dentro de si um planeta, cuja órbita ela não sabia quando veria novamente passar, mas sentia que a deixava tonta, só de pensar.
Dizem que quando ela ama, surta. Finge-se de cega, de perdida, não dá ouvidos a mais ninguém, que não o amor que a escurece, que toma sua bússola e rouba sua música mundana. Já nem dança, seus pés sequer obedecem, apenas corre para os mesmos braços, não anda. Quando um amor desses chega ao fim, a vida a desengana. Seu coração padece, o que há de mais doce nas frutas proibidas torna-se amargo e os pães sobre a mesa apodrecem. Não se alimenta de coisa alguma, e logo flutua de sobre-morte. Pessoas juntam votos para que sobreviva e então ela acorda, alimenta-se de si e aos poucos sente de novo o peso do mundo que a adormeceu. Tão bom é dormir. Sonhar acordada nem é. Isso a deixa tão leve, que nada a prende. Perde seu equilíbrio com a altura dos sonhos, e cai como se fosse o próprio muro que a divide. Ela tornou-se construção, mas retornou ao estado de pedras. Alguém a pega e arremessa no lago, vê-la pular e afundar seu corpinho de matéria perene sob os lençóis freáticos, molhados dos dias de chuva. Seu ninho a nasce, breve como um cochilo. E tudo o que há, ganha importância em seu mundo. Assim dizem. - KP.
Wednesday, November 05, 2008
Tuesday, November 04, 2008
Jurava pra si mesma que o amor que tinha, não era mistério nem era vestígio. Não dava sinais do quê o formava, mas transformava-se com malícia em presságio. Era assombroso. A sombra que dava, a luz que absorvia, já quase um ser vivo o amor se enraizava.
Mas aos poucos, o amor foi tornando-se palavras. Proferidas em vão, para feridas rasas. Ia se aprofundando e em algum momento, não mais lhe parecia dádiva. Corações ao avesso, e cada página perdia seu verso. O amor ficou pálido e sem grafia. Virou sopro. Pássaro sem asa. Caminhava somente à margem e nem mais sonhava. Fossilizava-se na lágrima. Deu de ombros, nada mais o sustentava. Um êxtase do fim.
Quando se lembra do amor, esquiva-se no tempo. Sente enjôo da dor que lhe traz, tantas lembranças ainda recentes, ganhando a cor sépia. Era chama, agora é fuligem. Ela se desfaz do amor que jaz. Do corte que vive a enxaguar, para que estanque, que pare de jorrar a seiva. E a limpe, para outras crenças. Que não o amor.
Acredita talvez, apenas na sua vertigem. O amor de passagem. Uma neblina. De certo trará outra visão, quando passar. Ela até diria que amor é uma miragem.
[Acaso]
Levanta a pálpebra. O que acreditara sofre com a maresia. É água-viva. Seu impulso flutuante. E volta ao amor, ainda que discretamente. Talvez ainda desacredite e pense diferente. Mas olhem-na: ela ama novamente.
Quer pense diferente sobre o amor, quer sinta diferente o mesmo sabor. Desconfia que dois a dois juntos não formam um só. Mas um cardume. Multiplica-se no interior sem medo ou arrependimento. Amor fácil e leve, não se perde e nem termina, já nasce escasso. Da raridade que é, transitar entre “quando era” e “quando for”. O amor acreditava nela, quando era. E ela, acreditará no amor enquanto for.
Monday, November 03, 2008
A sua voz intimida. É imposta, é suposta. Tão curiosa de sonoridade que quase é pergunta. E é o próprio complemento, uma resposta. Quer ser sábia num tom leigo, simples. Sarcasticamente castiga, engana e mede. Como se fossem seus próprios olhos encara. E assim sua voz prepara seu berço pra o que quer ouvir. Já ganha mimo, ou um ninar debochado, gosta de adormecer assim.
Seu olhar é antipático, hierárquico, atípico. Adapta-se ao que vê, embora não goste. Quando assim, coloca o que for de canto; como se já não servisse. E a vista limpasse. Poderia escolher estar ou não estar presente. Mas seu olhar não foge, porque não é covarde. Nem fica porque é inquieto. Simbolicamente é um olhar acolhedor, colhido da castanheira. Ele é assim meio doce-mel, meio mundo e meio madeira. Por vezes, o noto meio radar. Nunca presenciei meio perdido o seu olhar. Nem mesmo ao meio, dividido entre uma coisa e outra. Decidido demais, não a deixa olhar pra trás. Fecha seu panorama em ângulo agudo. Invejo a paisagem que no seu olhar pousa.
O seu gesto é acanhado. É cabível e é cabide. Pendura-se no ombro daquele com quem compartilha a mesma linhagem de passos, ou naquele com quem perdurou um instante.
É um gesto miniatura. De identidade formada, decidido das superfícies. Gesto de meticulosidade, de firmeza bruta. Gesto escorregadio, desorientado ou plácido. Dependente do gestor, do maestro que o toque, que o leve, que o guarde por merecimento. O seu gesto é eterno, exatamente naquele momento. Doura o que toca com a pele.
Os seus traços, todos eles significam. Todos eles permanecem e são notados. Traços vivos, que não existem apenas para si, por estarem ali como seus pertences básicos. São traços artísticos, desenhados a partir do seu eu imperfeito. Traços seus que esboçam algo a mais, até menos do que gostaria. Alguns ficam descontinuados e descrentes, mesmo assim são eles que crescem acompanhando suas beiradas e bordam o tecido que veste sua pessoa. Isso de unificar os todos seus, teve de nascer todo de uma vez só. Das coisas que não se encontram de outra maneira em outro alguém. Porque cada coisa sua, é única. E o seu tudo, também.
Amor é um objeto.. Que o meu espírito infantil o agarre como algo sem valor, sem cor, sem som e o arremesse no chão. O que fazer com cacos de amor? A dor os juntaria, tentaria de todas as formas torná-lo inteiro e divisível. Mas não compartilhável. Seguiria como objeto cortante, inutilizado. Com pontas e irregularidades.
Não entendo de amor, nem de falas. Entendo de bocas e palavras ao vento. De calúnia, de calos, mas de amor... Eu me rendo. Saberia falar mais do mar e de tormentas.
Uma vez acho que amei. Mas não amei a vez que amei, porque não fui amor. Não fui amado. Não fui. Voltei desamparado e vazio. A minha exigência com o simples tornou tudo muito complicado, e amor não é fácil de lidar. Por isso me ignorou, sei que esse é um dos por quês. O que não se justifica.
Caberia o nada no amor? Quando se sente nada, é um ato amável consigo mesmo? Protegido de ilusão. Blinda o coração. Mas e se ele envelhece, torna-se célula morta, antes de tornar-se céu para alguém. Não importa.
Se o amor falasse, o que me diria? Que de todas as vezes que amei, deu tudo certo. Mas no fim, estaria uma errata e meu nome nela. Agradeço. Pois se o amor falasse, tenho certeza que me seria sincero, e não criaria um mal entendido. Eu não o entenderia, me pareceria mudo. Então melhor que assim o seja. Mudo. Não há mais nada a ser falar de amor.
Sunday, November 02, 2008
Furem-na, partam-na ao meio, depois a joguem no fundo do seu mundo indigesto.
Disse a todos os elfos, que não acredita em fantasia. Mas tem o costume de mulher-maravilha, que não se salva dos heróis por quem se apaixona, e jamais termina seus capítulos. Ignora-os, perduram e tornam-se perfeitos, tantas vezes se repetem.
Não sabe o que respira, liberta do que a inspira, tem apenas alternativas excludentes. Sorri para todas as mentes brilhantes, seu brilho fosco pintou o acabamento que tem. Quando se acabou e a tinta fresca secou, sentiu na pele brisa nenhuma. E agora, isolada de tudo, pede apenas o descanso. E o descaso por acaso é consigo? Veio agora pedir que a perdoe, por ter o cabimento de não caber no que sente. Disse "sinto muito" e foi morrer. Agora vive em paz. Vai entender. Do que mulher é capaz.
Kate Polladsky
Saturday, November 01, 2008
Perto, longe, perto, longe.
Só, mas com você do meu lado de dentro.
Minha pele tem pressa, minha vontade não cessa.
Não toca o tempo lento. Nem joga de novo os dados.
O primeiro se chama sorte, o segundo se chama amor.
Nem acredite tanto em acaso.
Mas se caso contrário... Aqui estou.
Algumas palavras chaves sobre você.
Teu significado sem sentido sentiu-se livre
Por um acaso me decifrou.
Roubei-o em forma de empréstimo.
Sentiu-se roubada e me visitou
Nunca mais foi embora de mim
Solidão me perdoou.
Roubar suas palavras-chaves
Me abriu seu coração
E somos nós o nosso achado
Daqui por diante
Perto, longe, perto, longe
Só com você do meu lado.
KP
Monday, October 27, 2008
Ouve o ruído e se anima.
Largado no tempo.
Dos temporais de sina.
Aqui sinaliza que é o fim.
Alvo fácil, e vira fóssil.
Nada mais o resgata
Em nada mais culmina
Aqui jaz.
Um coração em ruína.
Kate Polladsky
Viu onde tudo terminava, quando começava a encontrar.
E deixou pegadas, poemas, vontades, mentiras e verdades.
Talvez seja a maneira que encontrou de descontinuar.
Sentiu que já não pertencia, desprendeu-se do que a prendia.
E livre de tudo, novamente é.
Lavou os pés na água e foi seguir o mar.
Limpou-se de si, e o céu se abriu.
Ninguém havia visto o que ela viu.
Segurou-se nas pedras e até sorriu.
Talvez se as jogassem pra cima, faria chover.
E o mar inundaria, não afogaria seu sentir.
Sentiu-se desprotegida novamente.
Escondida do mundo, mantida refém.
Ameaçou de amores sua mente.
Sujou-se toda, de partículas de repente.
Fora de si, já esfriam. Por dentro era quente.
Foi bem mais longe do que pensava.
Pensou até que conquistava.
Toda a península por onde andou.
Banhada pelo lençol azul.
Que agora perde cor.
Está empalidecendo o amor.
E todo esse mar, que a tomou.
Amanheceu desacordada.
Na areia descontínua.
Continua a amar, contudo?
Ainda...
Kate Polladsky
Da falta que me faz, e da falta que se faz.
Cada qual com sua ausência por dentro.
Jamais fecharei a janela novamente.
Por excesso de sol, ou de chuva.
Deixa assim, símbolo de abandono.
Não lerei suas palavras, esperando reconhecer as minhas.
Não falarei mais nada, esperando esconder-me no silêncio.
Esperando ser descoberta no quebrar da sua fala.
Jamais deveria. Ter deixado tanto surto correr solto.
Não vá tentar me curar, da dor que me é.
Não vou existir pra um lugar que não é meu.
Não vou insistir em terminar o livro.
Das minhas faltas de capítulos que leu.
Jamais tomarei de volta o que dei de mim a ti.
Ou farei pouco caso do pouco que se deu.
Ainda sinto que despenco.
Mas o eu abismo, está caindo em si.
Jamais entendeu.
KP
Sunday, October 26, 2008
Vou como sempre fui; sem querer voltar.
E acabarei sem que dê por acabado, mas vou pôr um fim.
É nessa cama que adormeço todos os dias. Acha que precisa me ensinar a acordar?
Não dói tanto de porquês, de pormenores, dói de mim que me deixei.
Não dói tanto mil nãos, quanto dói, já tarde demais, um sim.
E essa parte eu não mereço. Não recomendo. E sinceramente, já cansada de tudo, me rendo. Venço-me, sem ganhar o que quer que seja. Sem que seja causa perdida, ou ganha. Mas prefiro que se perca, agora. Do que ver perder um pouco mais, todo dia.
Já tanto faz de onde as coisas têm vindo. Pra onde as coisas vão? Eu não iria.
Dessa fruta eu já mordi. Já morri desse veneno. E não me custa a vida, morrer do que eu entendo. Apenas sinto de novo, o que se renova quando me lembro. A única razão nisso tudo existe pra matar sentimento. Que já é o final de tudo, para todos os começos. Já conheço, já conheço.
Kate Polladsky
Perdi estrelas, perdi referência. Perdi o planetário que não me cobre à noite.
Aliás, perdi bem mais. Jamais parei de perder.
Friday, October 24, 2008
Mas não espera, não se desespera.
Respira e vai.
Em parte cansa, e inventa causas pra existir.
Ainda tenho muito que pensar.
E na possibilidade de não ser só pensamento.
Alimenta meu corpo frio.
E quase esquenta com um fio de amanhã.
Não sei o que me dói, se não machuca.
Nem tem a intenção.
Devo ser assim, indiferente à dor.
Organismo vivo pintado de azulejo.
Reflete o mundo em que vivo.
É no seu fundo que me vejo.
Meu maior medo.
É que isso não seja triste.
Que seja opcional.
Minha maior angústia.
É a consciência do que me sou.
E de aceitar, de se ter.
E não saber levar.
Deixar que me levem.
Que me escolham.
E que me achem antes.
De eu me encontrar.
Ainda tenho esperança.
De conquistar alguma certeza.
E poder ser flexível, com firmeza.
Que o meu agora, não se estenda.
Além do momento que é.
Para que eu não precise sentir o peso.
Do que poderia ser, do que teria sido.
Sem ser.
E assim sendo, não me respondo.
Porque não me pergunto.
Tenho a coragem da dúvida.
E pagarei as dívidas que fizer.
Com a esperança do ainda.
Do que minha esperança quer.
Decidirá o meu caminho.
Quando eu já não me importar.
Não importa, que passos der.
Que a minha verdade não se renda.
Nem entre pela porta em que sai.
Que o ar da minha esperança
Não se prenda.
Respira.
E vai.
Kate Polladsky
Thursday, October 23, 2008
O vazio da convivência, o vazio da ausência.
Conhecer o que perdi, como se me conhecesse.
E não me perdesse. Nem me desse conta.
Como se me antecedesse, e evitasse.
Conhecer o desconhecido.
Sem que soe familiar, sem que eu desconfie.
E o medo me tome nos braços.
Medo do que se desprende, e dos laços.
Como vou poder me continuar, se me desfaço?
E disfarço muito bem? A ponto de eu acreditar
Que sou tudo isso que conheço.
Mas que sinceramente, nunca tomei conhecimento.
Conhecer minha sinceridade talvez, seja um começo.
Quem será que me segue?
Sem sossego nem sacrifício.
Somente o quente vício de você.
Já não hei, com que coragem te vivi?
Perdi teu beijo que tanto quis, ou irei.
Hoje sei que sou nada pra ti.
Amanhã o quê serei?
Já não sei...
Se me sobram pedaços.
Se me restam passos.
Passarei despercebida assim?
Por mim...
Pode ser que termine aqui, haveria um fim no enfim?
Filtrando-te do amor, que mora dentro de mim.
Já não sei... Sempre separo o possível do absurdo
Possivelmente apagarei as luzes
Pra ver a luz que incide
Se é você que chega, se as chaves abrem
Se os teus espaços de fato me cabem
Bem, você foi o impraticável. E, portanto...
O que há demais nos elogios práticos
Que fugiram da minha boca?
Já não sei, se queria saber...
Minha curiosidade resiste
E perde pro que mais persiste ao viver
Agora, desiste...
Ao mesmo tempo em que quebra sua lei
Se contradiz, se desfaz e se perdura
Se for verdade, já não sei...
Menti pela saudade, pela passagem mal marcada.
Da dor de querer, um quê de ti na dor, que não me dói.
Só mesmo enfeita a dó, que você tem por mim.
E se dá um pouquinho, pra mim que já se deu.
Já não sei... Quantas vezes errei e me arrependi.
Mas não te disse ou irei. Sei que o teu sol a pino
Percebeu as sombras que deixei
Não são caminhos com cascalhos.
Às vezes é você, a maior pista do que sou.
Se tudo o que vou, vou por você.
Não vou me perguntar sobre tudo
Ainda assim duvidará do meu talvez
Minha sabedoria é um tanto burra.
Pra você saber... Que já não sei.
Kate Polaldsky
Wednesday, October 22, 2008
Quem surpreende o óbvio, tão mal feito que quase jaz. E te perturba quase nada do que me diz, mas perturba demais. Quem se multiplica, faz quase tudo, por quem quase tudo é. Tudo parece valer a pena. Apenas, quem toca a pele, sem nem mesmo tocá-la, mas já se materializa, tão perto fica a distância entre os dedos dos sentimentos limpos de amor, que já até empoeiram de tanto esperar. Ora, quem sou eu pra amar...
THAT YOU CREATED A HARD WAY TO LOVE ME
AND AN EASY WAY TO LOSE ME.
IT BOTHERS ME THAT YOU HAVEN´T REALISED THE DIFFERENCE BETWEEN WHAT YOU THINK IT´S RIGHT AND WHAT I THINK IT´S WRONG.
AND IT BOTHERS ME BECAUSE I RESPECT MYSELF, YOU DON´T.
EVEN WHEN I LIKE YOUR KINDNESS, AND YOUR INTRIGUING LOOKS
I WONDER IF I DONE SOMETHING TO WIN IT, AND IF IT MEANS IT´S GOOD.
TO TELL YOU THE TRUTH, ONE OF US HAS BEEN LYING TO ITSELF
IN A MILLION T POINTS THAT TOGETHER MAY DRAW A WHOLE ENDING.
I NO LONGER FEEL SO GIVEN. I MAY BE THIS NUMB PERSON, FEELING NOTHING AT ALL.
I´M PERHAPS JUST A THINKER. THINKING TOO MUCH OF EVERYTHING.
WILLING TO THINK LESS AND LESS OF YOU.
TO TELL YOU THE TRUTH, I´M NOT TRULLY A TELLER
I´D RATHER JUST DO.
BUT SOMETHING´S KEEPING ME FROM MOVING
ALTHOUGH I´M ACTING LIKE A FOOL.
IT BOTHERS ME AND STILL…
I´M TRYING TO FIX WHAT CANNOT BE BETTER
BETTER IF I DIDN´T BOTHER
I´M WAITING FOR WHATEVER.
KP
Tuesday, October 21, 2008
Queria eu adivinhar seus pensamentos meus, por mim. E se talvez eu tivesse a chance de saber o que eu nem queria tanto entender, já até me arrependo... Mas certas coisas queria que você soubesse, especialmente as que soubesse sem que eu diga, mas que me dissesse o que pensa. Queria não me desgastar tanto, sem precisão. Precisamente quando você é a tentativa mais óbvia que faço. A mais simples, a menos ganha.
Queria mesmo era saber o que fazer, pra não desfazer nada do que fiz. Que foi um passo certo, que não foi certeza alguma. Mas me conforta por algum motivo. Queria saber qual é a minha porta de entrada, já que espero na saída o tempo todo. E o medo de não conseguir ir embora, ficar apenas eu e os espaços vazios, os meus de dentro. E o de fora. Queria que fosse verdade as mentiras que eu passei a acreditar porque desisti aos poucos do quanto te queria. E se me pareceu errado essa verdade, é porque na verdade, ela que não me queria. Não quero mais que a vontade. É a minha grade, de todos os dias. E parece que me aquece, só de pensar. Queria eu saber como não querer, e que isso fosse despreocupante. Que seja, por fim. Que não seja um fim, mas me faria feliz que fosse ao menos um instante.
Kate Polladsky
Losing time with you doesn’t seem so right.
May I leave part of us hanging by itself and another part of it behind?
Just because it’s senseless and silent, to continue with this mess.
Here inside I wish I could stay, and take a chance to be the entire me with you.
Now it´s just the shadow from yesterday. But it always were by nature.
I try to see with your eyes and I really try to light up my view.
But I’d rather have it all blind, than live forever a blurry deal.
You can just have my skin, can provocate me, but never touch me.
You can change my places, make my laces, but no longer move me.
You can this powerful thing of being my love, but can’t this powerful right of a lover.
I left a mark, but does it stay as an old thing, useless and meaningless anyways?
Do I listen to words that doesn’t listen to me anymore?
Hey, you´re my certain step over the days, but you’re one more day in my life, no more.
And now! I must choose between losing myself, and losing you. Differently, but almost like losing the same. Separately, but almost like losing one body.
That doesn’t match, and doesn’t sweat the same kind of love.
Have I got something else to lose? Except for the loss of the nothing, we are? And this lie that wannabe true? Some other story that I wanna tell for myself, without a thing to prove. Stopping is not a mistake. It is just that now; I have nothing else to lose.
KP
Sunday, October 19, 2008
Wednesday, October 15, 2008
Você não percebeu? Não sou eu quem te percebe enfim? Foi sim, eu quem te tocou por dentro e te preencheu os entres, sem tirar nada, sem que se tirasse de si. Pode continuar como este ser inacabado, que não se termina. Nem mesmo em mim.
Tuesday, October 07, 2008
Monday, October 06, 2008
Wednesday, October 01, 2008
KP
Tuesday, September 30, 2008
Se está ao nível.
Se há de se nivelar.
Já que pergunta, por que pergunta em que nível está?
Pode ser que esteja desnivelado agora.
Ou ao nível do mar?
Nesse nível se navega... Ou se afunda.
Nem sabe a que nível chegou.
Nem se chegará.
Já sabe de todos os níveis.
Eu nem sei mais...
Vou me perguntar.
KP
KP
Monday, September 29, 2008
Já tinha chegado de lugar nenhum. De um sentimento perdido perpetuando perda. Ser inanimado, amor. Já nem gosto tanto de você, já nem te esqueço, já morro de saudade, já morro cansada de ir e vir entre seres. Um ser eu, um ser tu. Tudo eu invento, nada crio? Nada nasce em mim de raízes. Embora seja eu o lírio dos teus olhos. Embora seja você a borboleta que eu escolhi como liberdade pra ter. Te tenho? Te solto? Até vejo beleza em tudo. Mas sofro. É um tanto decadente que tenho tudo e não tenho nada. Tenho uma dúvida certa. A minha certeza sempre duvida. Não sei se de mim, ou de você. É algo que vem de dentro. Aflora e murcha. Mas não morre. Às vezes acorda, como de um sonho ruim. Às vezes dorme, como que de tédio. Não sei bem, se espero demais, se espero ter mais. Há dias em que sou indiferente à espera. Acho tudo tão fugaz. Mas são esperas diferentes, são dias iguais. Acabei voltando à minha natureza por você. Já tinha chegado a acreditar, que não me esperaria nascer lírio novamente, nem que borboletas voassem pra mim. Quase me preenche ou me engana com caberes, e já nem acho tão vazio assim.